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sábado, fevereiro 01, 2003


little eiffel satns stam sands stands in the archwaykeeping low doesnt make no sense
they didnt want it buthe built it anywaylittle eiffel little eiffel little eiffel stands in the archway






terça-feira, janeiro 28, 2003

- eu nunca passei um momento tão tenso em minha vida.
- ah cala a boca márcio e vamos no outro brinquedo.
marília puxava márcio pelo braço, e márcio não conseguia deixar de se sentir atado ao pára-choque dum carro sendo arrastado a pele de seu rosto comida pelo asfalto. marília sorria apaixonada passeando por entre aqueles monstros enormes de metal e fios elétricos, deslumbrada pelo desafio gratuito que cada brinquedo gigantesco e hiperluminoso e precário daqueles representava à sua coragem, enquanto márcio se recuperava da última vertigem - deus, o brinquedo que ameaçara parar quando todas as suas luzes se apagaram de repente! e se lamentava por vítor sempre tão divertido não ter podido ir.
marília estava alegre e incontida em si de alegria e márcio não gostava de ver marília tão alegre porque a alegria de marília parecia não sinalizar nada além de querer fazer saber o tempo inteiro que ela não conhecia limites e que era mais perigosa que qualquer perigo existente.
no fim das contas estar ali com marília fazia pouco sentido. dizer sempre sim para marília começava a fazer pouco sentido. e márcio se torturou por que nada nada disso precisava estar acontecendo. márcio não soube naquela hora por que sequer havia se permitido desenvolver afetos por marília. ela pareceu por tanto tempo tão alegre e vistosa, tão espontânea e atenciosa, tão tudo o que deixava márcio fascinado em seu fascínio por coisas de que se vira por todo o sempre despossuído. alegria e espontaneidade e simpatia e toda a possibilidade aventada apenas de márcio para márcio de que marília e ele em algum ponto de suas vidas tivessem algo em comum. por um momento márcio acreditou que marília tivesse conseguido cruzar ilesa as armadilhas postas no templo dos afetos de márcio que matavam instantaneamente todas aquelas que com um olhar uma palavra ou um gesto não se denunciassem como apaixonáveis por márcio. meninas com isso isso e isso. e marília tinha isso isso e isso, e tinha um olhar uma palavra e um gesto, mas pelos quais - agora márcio via - ele havia sido ludibriado durante todo o tempo. pois márcio não sabia se apaixonar por pessoas que não parecessem tangíveis. márcio não sabia escolher amores impossíveis no processo involuntário de escolha. e por um momento marília parecia aqui tão perto tão fácil de ser sonhada mas no fim márcio não viu mais do que um espelho nos olhos de marília. no fim márcio não viu mais do que u m espelho nos olhos de marília. e no fim
márcio entendia por que havia se deixado desenvolver afetos por marília. só não entendia por que agora seu coração precisava parar na presença de marília para que não se inflasse com o calor do sangue da mais irrefletida impaciência. márcio não entendia por que as coisas precisam acabar.
- vamos nesse!
- ah eu tô um pouco enjoado.
- pois eu te proíbo de ficar enjoado.
marília ria com uma incontrolável frustração da própria piada. e tentou maquinar em sua cabeça que não estava ali na situação do imprevisto de márcio e seu enjôo naquele instante mas nos brinquedos que giravam luminosos e perigosos; tentou maquinar em sua cabeça que não estava ali uma forma rápida de distraí-lo de seu desgosto inoportuno de modo a haver de volta sua preciosa companhia incondicional.
- hm eu posso te pagar um algodão-doce...







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