m a l a m i k i g i :



sexta-feira, janeiro 24, 2003

chega a hora enfim de se render à cpnstatção cpn constatação trágica de que não há mais saída por aqui e de que todas as coisas bonitas que tinha pra se ver por esse caminho já foram vistas. como um pequeno astronauta perdido no espaço voltando de sua extenuante missão ordinária de reconhecimento da não-vida interplanetária, para quem as estrelas do vácuo do espaço um dia já foram um mar de encanto mas que parecem já não ser mais grande coisa quando se está ligado no piloto automático todos os livros a bordo lidos, entediado cansado e com saudades de casa. como se agora a surpresa da beleza do cosmos desse lugar a uma única certeza: o medo, na verdade, pela possibilidade incerta de algum acidente acontecer e a viagem de volta demorar ainda mais e mais e mais e mais e mais. e o astronauta cansa de ser astronai= astronauta.
uah.
chega o momento em que as etapas vão se concluindo, que o devaneio vai se arrefecendo, que o motor vai afogando e que os caminhos vão se estreitando até que você não consiga mais passar. o momento em que você finalmente se cansa da brincadeira de ficar entrando em uma porta e saindo em outra, sem tempo de se decidir qual a porta certa, sendo levado pela ânsia irrefletida de achar uma saída, e tentando adivinhar de que lado o minotauro se esconde. chega um momento em que você quer ver e matar a porra do minotauro. ou pelo menos levar um papo com ele e negociar uma maneira mais fácil de dar cabo da palhaçada existencial instaurada.
o momento em que a única vontade que se tem é de parar de sair batendo portas alucinadamente,semrpe esperando pela próxima porta e pela próxima, e pela próxima,.. isso aflige. um corredor infinito de portas sucessivas, sem a surpresa do "mas o que é isso...? hm, uma porta. o que será que tem aqui atrás...?" enquanto vocÊ ANDA tranqüilamente absorto na tarefa simples que deveria ser um direito constitucional de andar tranqüilamente.
isso, e não a mera reprise de uma porta atrás da porta atrás da porta.



quarta-feira, janeiro 22, 2003

settle down, don't settle down without me, no, no settle down, i'll settle down for good, yeah settle down, i'll settle down around you, yeah, yeah settle down, i'll settle down for sure, yeah whatever i can do, i will 'cause i'm good like that for seven years, seven days, and seven hours i took my chances, yeah whatever i can do, i will 'cause i want never lose that feeling never lose that feeling settle down, i'll settle down around you, yeah, yeah settle down, i'll settle down for good, yeah settle down, don't settle down without me, no, no settle down, i'll settle down for sure, yeah never lose that feeling never, no, no never lose your feelings never, that's for sure never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling never lose that feeling whatever i can do, i will 'cause i want to, and what i want i get seven years, seven day, seven hours i took my chances, yeah settle down, don't settle down without me, no, no settle down, i'll settle down for good, yeah settle down, i'll settle down around you, yeah, yeah settle down, i'll settle down for sure, yeah never lose that feeling never , no, no, no never never never never never



domingo, janeiro 19, 2003


o que acontece quando:
1. você se dá conta de que a sua vida é movida pela mesquinhez e a preguiça de um sentimento como a negação, ver de cima e seguir no caminho inverso se tornar hipervigilante?
2. você se dá conta de que, na verdade, não há muito sobre o que você é capaz de falar senão sobre o que as pessoas deveriam ser, as pessoas isso as pessoas aquilo?
3. dois terços das coisas que deveriam ser belas e divertidas simplesmente passam por você enquanto você se preocupa demais consigo próprio e se esquece de observar o mundo as coisas do mundo e a dinâmica do mundo e de tentar entendê-lo e tentar ver como existem coisas belas e divertidas e se lembra com saudade do tempo em que existia poesia na vida e que o lugar de onde você via o mundo se mover era muito mais inspirador e que havia tempo para ser você mesmo e que os sonhos eram tão menos pragmáticos e tão mais românticos e você não precisava brincar de ficar desafiando as pessoas e você era tão mais divertido e você possuía o seu canto e o seu refúgio e o ritmo de tudo era tão menos maluco apesar de as coisas serem tão mais estranhas?
4. que a sua vida é aparentemente não mais que um conjunto de negativas, que você se neurotiza demais tentanto extenuantemente não ser aquilo que você não quer que as outras pessoas sejam, que a sua única referência é o seu inimigo o seu vizinho chato o dinheiro que você deve a cama ruim em que você dorme todos os amantes que você nunca teve?
5. hung me hung me again hung hung me hung me again when will it start to sway? when will it start to almost break you almost take you almost break you up.?
6. você não consegue ver o que há de bonito e leve e simples e bom e divertido bem aqui debaixo do seu nariz tão à mão exatamente do lado da tentadora mediocridade e da tentadora arrogância?
7. os dias não são tão claros e as cores não são tão coloridas, quando você se dá conta de que pior do que estar deprimido é estar vivendo uma rotina de pequenez e mesquinhez quando só há duas cores na sua cabeça?
eu sinto falta dessas goddamn cores . eu sinto falta de quando minha vida parecia menos uma instalação minimalista de dois traços e duas cores do que um tela daquelas impressionistas de monet. quer dizer, monet é impressionista ou expressionista? eu sempre esqueço essas coisas.








gambiarra.org